OS PASSATEMPOS DO SENHOR RAMACANDRA

O aparecimento do Senhor Ramacandra:
O Senhor Ramacandra apareceu na dinastia de Maharaja Khatvanga. Ao receber orações dos semideuses, a Suprema Personalidade de Deus, a própria Verdade Absoluta, apareceu diretamente com sua expansão e expansões da sua expansão. Seus santos nomes eram Rama, Laksmana, Bharata e Satrughna. Como filhos de Maharaja Dasaratha, essas célebres encarnações apareceram então sob quatro formas. As atividades transcendentais do Senhor Ramacandra foram descritas por grandiosas pessoas santas que viram a verdade. Como já descrito repetidas vezes a respeito do Senhor Ramacandra, o esposo de mãe Sita, farei aqui apenas uma descrição sucinta dessas atividades.
O casamento de Rama e Sita:
Na assembléia onde a princesa Sita deveria escolher seu esposo, o Senhor Ramacandra, rei de Ayodhya, em meio aos heróis de todo o mundo, quebrou o arco pertencente ao Senhor Shiva. Esse arco era tão pesado que eram necessários trezentos homens para carregá-lo, mas o Senhor Ramacandra esticou-o, dobrou-o e partiu-o ao meio, assim como um filhote de elefante quebra uma haste de cana-de-açúcar. Assim, o Senhor Ramacandra obteve a mão de mãe Sita, que possuía no mesmo nível de igualdade as qualidades transcendentais: forma, beleza, comportamento, idade e natureza. Na verdade, ela era a deusa da fortuna que, constantemente, repousa no peito do Senhor. Enquanto retornava da casa de Sita após reavê-la em assembléia de competidores, o Senhor Ramacandra encontrou-se com Parasurama. Embora fosse muito orgulhoso de ter eliminado da Terra a ordem real vinte e uma vezes, Parasurama foi derrotado pelo Senhor, que parecia um ksatria da ordem real.
O exílio do Senhor Ramacandra:
Cumprindo a ordem de seu pai, que estava atado por uma promessa que fizera à uma de suas esposas, o Senhor Ramacandra deixou para trás o seu reino, opulência, amigos, benquerentes e tudo o mais, assim como uma alma liberada abandona a sua vida, e, com sua esposa Sita e seu irmão Laksmana, vagou de floresta em floresta com seus pés de lótus, que eram tão delicados a ponto de serem incapazes de suportar até mesmo o afago das palmas das mãos de Sita. O Senhor fazia-se acompanhar por Hannuman, o rei dos macacos, por outro líder dos macacos, Sugriva, e pelo seu irmão caçula, o Senhor Laksmana, em suas atividades pelas florestas, porque tais amigos lhe faziam companhia, aliviando a fadiga que ele sentia ao perambular pelas florestas.
Supanakha se disfarça e tenta seduzir o Senhor Rama:
Enquanto vagava pela floresta, onde aceitou uma vida cheia de dificuldades, o Senhor Ramacandra, carregando nas mãos seus invencíveis arcos e flechas, mutilou a irmã de Ravana, Surpanakha, cortando-lhe o nariz e as orelhas (Surpanakha era uma bruxa invejosa da beleza de Sita, que tentata a todo custo seduzir Ramachandra através de feitiços e outras artimanhas). Juntamente com Surpanakha, o senhor Ramacandra matou também seus quatorze mil amigos Raksasas, encabeçados por Khara, Trisira e Dusana.
O rapto de Sita pelo demônio Ravana:
Quando Ravana, que tinha dez cabeças sobre seus ombros, ouviu comentários acerca dos belos e atraentes traços de Sita, sua mente ficou agitada por desejos luxuriosos, e ele foi tentar raptá-la. Para afastar o Senhor Ramacandra de seu asrama, Ravana enviou Marica sob a forma de um veado dourado e, ao ver aquele maravilhoso veado, o Senhor Ramacandra deixou sua residência e seguiu-o até conseguir matá-lo com uma flecha afiada. Quando Ramacandra entrou na floresta e Laksmana também se ausentou, o pior dos Raksasas, Ravana, raptou Sitadevi, a filha do rei de Videha, assim como um tigre captura ovelhas desprotegidas aproveitando-se da ausência do pastor, levando-a para seu escuro reino em uma caverna na ilha de Lanka. Em seguida, como se estivesse muito aflito devido à separação de sua esposa, o Senhor Ramacandra caminhou pela floresta com seu irmão Laksamana em direção à cabana em que estavam morando na floresta. Chegando lá não encontrou mãe Sita, ele soube do acontecido e após fazer amizade com os líderes dos macacos ele dirigiu-se à beira-mar.
O Senhor Rama faz uma ponte para atravessar o mar:
Após alcançar a praia, o Senhor Ramacandra jejuou durante três dias e três noites, enquanto esperava a chegada do oceano personificado. Ao ver que o oceano não aparecia, o Senhor manifestou seus passatempos de ira, e pelo seu simples olhar em direção ao oceano, todas as entidades que viviam dentro dele, incluindo os crocodilos e tubarões, ficaram tomados de medo. Então, o oceano personificado, temeroso, aproximou-se do Senhor Ramacandra, levando toda a parafernália utilizada no processo de adoração ao Senhor, caindo a seus pés, dizendo: “Ó onipenetrante Pessoa Suprema, temos mente obtusa e não havíamos entendido que éras, mas agora sabemos que sois a Pessoa Suprema, o mestre de todo o Universo, a imutável e original Personalidade de Deus. Os semideuses sentem-se orgulhosos ao modo da bondade, os Prajapatis se envaidessem com o modo da paixão e o senhor dos fantasmas vangloria-se do modo da ignorância, mas sois o mestre de todas essas qualidades. Meu Senhor, podeis usar minha água como desejardes. Na verdade, podeis cruzá-la e ir até a morada de Ravana, que é grande fonte de perturbação e pranto para os três mundos. Ele é filho de Visrava, mas é detestável como a urina. Por favor, ide matá-lo para depois reaver vossa esposa, Sitadevi. Ó grande herói, embora minha água não represente nenhum impedimento à Vossa marcha à Lanka, podeis construir uma ponte sobre ela para difundirdes vossa fama transcendental. Ao tomarem conhecimento dessa maravilhosa e incomum façanha de Vossa Onipotência, todos os grandes sábios e reis futuros irão glorificá-lo.” Após construir uma ponte sobre o oceano, atirando na água picos de montanhas cujas árvores e outros tipos de vegetação haviam sido sacudidas pelas mãos dos grandes macacos, o Senhor Ramacandra foi até Lanka para libertar Sitadevi, tirando-a das garras de Ravana. Com a orientação e ajuda de Vibhisana, irmão de Ravana, o Senhor, juntamente com os macacos-soldados, encabeçados por Sugriva, Nila e Hannuman, entrou no reino de Ravana, Lanka, que anteriormente fora queimada por Hannuman.
O Senhor Ramacandra invade a Ilha de Lanka:
Após entrarem em Lanka, os macacos-soldados, conduzidos por líderes como Sugriva, Nila e Hannuman, ocuparam todas as casas de diversão, celeiros, tesouros, entradas de palácios, pontes urbanas, assembléias, frontispícios de palácios e mesmo pombais. Quando na cidade as encruzilhadas, plataformas, bandeiras e cântaros dourados colocados nas cúpulas foram todos destruídos, toda a cidade de Lanka parecia um rio assolado por uma manada de elefantes. Ao ver as perturbações criadas pelos macacos-soldados, Ravana, o mestre dos Raksasas, convocou Nikumbha, Kumbha, Dhumraksa, Durmukha, Surantaka, Narantaka, outros Raksasas e seu filho Indrajit. Em seguida, mandou chamar Prahasta, Atikaya, Vikampana e finalmente Kumbhakarna. Daí, ordenou que todos os seus seguidores lutassem contra os inimigos. O Senhor Ramacandra, ladeado de Laksamana e macacos-soldados, tais como Sugriva, Hannuman, Gandhamada, Nila, Angada, Jambavan e Panasa, atacou os soldados dos Raksasas, que estavam muito bem equipados com várias armas invencíveis, tais como espadas, lanças, arcos, prasas, rstis, flechas sakti, khadgas e tomras. Angada e os outros comandantes dos soldados de Ramacandra enfrentaram os elefantes, a infantaria, os cavalos e as quadrigas do inimigo e arremessaram contra eles grandes árvores, picos de montanhas, maças e flechas. Assim, os soldados do Senhor Ramacandra mataram os soldados de Ravana, que perderam toda a boa fortuna porque Ravana fora condenado pela ira de mãe Sita.
A luta do Senhor Ramacandra com Ravana:
Depois, ao perceber que perdera os seus soldados. Ravana, o Rei dos Raksasas, ficou extremamente irado, Assim, subiu para o seu aeroplano, que estava decorado com flores, e foi ao encontro do Senhor Ramacandra, que estava sentado na refulgente quadriga trazida por Matali, o quadrigário de Indra. Então, Ravana tentou acertar o Senhor Ramacandra com flechas afiadas. O Senhor Ramacandra disse a Ravana: “ És o mais abominável dos antropófagos. Na verdade, és igual ao excremento deles. Pareces um cão, pois, assim como na ausência do dono da casa, um cão rouba alimentos da cozinha, em minha ausência, raptaste minha esposa Sitadevi. Portanto, assim como Yamaraja pune os homens pecaminosos, também te punirei. És muito abominável, pecaminoso e descarado. Hoje, portanto, eu, que jamais falho em meus intentos, estou disposto a punir-te.” Após repreender Ravana com essas palavras, o Senhor Ramacandra fixou uma flecha em seu arco, apontou para Ravana e disparou a flecha, que trespassou o coração do Raksasa como um raio. Ao verem isso, os seguidores de Ravana fizeram um som tumultuoso, gritando: “Oh, não! Oh, não! Que aconteceu? Que aconteceu?” enquanto Ravana, vomitando sangue por suas dez bocas, caía de seu aeroplano espatifando-se na terra. Em seguida, encabeçadas por Mandodari, a esposa de Ravana, todas as mulheres cujos esposos tombaram na batalha saíram de Lanka. Chorando continuamente, elas aproximaram-se dos cadáveres de Ravana e de outros Raksasas. Golpeando seus seios, aflitas porque seus esposos havian sido mortos pelas flexas de Laksmana, as mulheres abraçaram seus respectivos esposos e choravam lamuriantemente, e seus gemidos sensibilizaram a todos. Vibhisana, o piedoso irmão de Ravana recebeu os louvores do Senhor Ramacandra, o rei de Kosala. Então, ele realizou as cerimônias fúnebres em prol de seus membros familiares, a fim de salvá-los do caminho do inferno.
O Senhor Rama liberta Mãe Sita:
Depois, o Senhor Ramacandra encontrou Sitadevi sentada em frente a uma pequena cabana, sob uma árvore chamada Simsapa, numa floresta de árvores Asoka. Magra e esquálida, ela sentia-se pesarosa devido à separação dele. Vendo sua esposa naquelas condições, o Senhor Ramacandra encheu-se de compaixão. Quando Ramacandra apareceu diante dela, Sita ficou extremamente feliz ao ver o seu amado, e sua boca de lótus expressava sua alegria. Após dar a Vibhisana o poder de governar a população Raksasa de Lanka pela duração de uma kalpa, o Senhor Ramacandra colocou Sitadevi num aeroplano decorado com flores e então ele próprio subiu para o aeroplano. Tendo terminado o período de sua permanência no exílio da floresta, o Senhor retornou a Ayodhya, acompanhado de Hannuman, Sugriva e de seu irmão Laksmana. Ao retornar à sua capital, Ayodhya, o Senhor Ramacandra, ainda na estrada, foi saudado pela ordem principesca, que derramou sobre seu corpo belas flores de agradável fragrância, enquanto grandes personalidades como o Senhor Brahma e outros semideuses glorificavam com muito júbilo as atividades do Senhor.
O retorno triunfante do Senhor Rama a Ayodhya:
Ao chegar a Ayodhya, o Senhor Ramacandra ficou sabendo que, em sua ausência, seu irmão Bharata, que havia assumido o reino por ordem de seu pai, estava muito infeliz: comia cevada preparada em urina de vaca, cobria seu corpo com casca de árvores, usava mechas de cabelo entrançadas e deitava-se sobre uma esteira de kusa. O misericordioso Senhor muito se lamentou ao encontrar seu amado irmão naquele precário estado. Ao compreender que o Senhor Ramacandra retornava à Ayodhya, o Senhor Bharata imediatamente pôs sobre sua própria cabeça os tamancos do Senhor Ramacandra e saiu ao seu encontro em seu acampamento em Nandigrama. O Senhor Bharata fazia-se acompanhar por ministros, sacerdotes e outros cidadãos respeitáveis, por músicos profissionais que vibravam melodias agradáveis, e por brahmanas eruditos que cantavam alto hinos védicos. Seguindo o cortejo, havia quadrigas puxadas por belos cavalos cujos arreios tinham rédeas de ouro. Essas quadrigas estavam decoradas com bandeiras e bordadas a ouro e com outras bandeiras de vários tamanhos e formatos. Havia soldados usando armaduras de ouro, servos portando noz de hétel, e muitas mulheres belas e famosas. Muitos servos seguiam a pé, carregando uma sombrinha digna de uma recepção real. Acompanhado dessa maneira, o Senhor Bharata, com seu coração tomado de êxtase e seus olhos rasos d’água, aproximou-se do Senhor Ramacandra e, em grande amor extático, caiu a seus pés de lótus.
Bharata, o devotado irmão rei-substituto do Senhor Ramachandra:
Após apresentar os tamancos diante do Senhor Ramacandra, o Senhor Bharata, permaneceu de mãos postas, com os olhos cheios de lágrimas, e o Senhor Ramacandra banhou Bharata com suas lágrimas enquanto o abraçava demoradamente com ambos os braços. Acompanhado de Sitadevi e Laksmana, o Senhor Ramacandra ofereceu então suas respeitosas reverências aos brâhmanas eruditos e às pessoas mais velhas da família, e todos os cidadãos de Ayodhya prestaram respeitosas reverências ao Senhor. Os cidadãos de Ayodhya, ao verem seu rei retornando após longa ausência, ofereceram-lhe guirlandas de flores, agitaram seus mantos e dançaram em grande júbilo. O rei, o Senhor Bharata, carregava os tamancos do Senhor Ramacandra; Sugriva e Vibhisana carregavam um abano e um excelente leque; Hannuman carregava uma sombrinha branca; Sugriva carregava um arco e duas aljavas, e Sitadevi carregava um cântaro que estava cheio de água dos lugares sagrados. Angada carregava uma espada, e Jambavan, o rei dos Rksas, carregava um escudo de ouro. Logo que o Senhor sentou-se em seu aeroplano de flores, com as mulheres oferecendo-lhe orações e recitadores glorificando suas características, ele parecia a Lua rodeada por estrelas e planetas. Em seguida, tendo recebido as boas vindas de seu irmão Bharata, o Senhor Ramacandra entrou na cidade de Ayodhya em meio a um festival.
O reencontro de Ramacandra com sua mãe:
Ao adentrar no palácio, ele ofereceu reverências a todas as mães, incluindo Kalkeyi e as outras esposas de Maharaja Dasaratha, e especialmente à sua própria mãe, Kausalya. Ofereceu, também, reverências aos preceptores espirituais, tais como Vasistha. Amigos de sua própria idade e amigos mais jovens adoraram-no., e ele respondeu às suas respeitosas reverências, e essa mesma atitude foi também tomada por Laksmanana e Sitadevi. Dessa maneira, todos eles entraram no palácio. Ao verem seus filhos, as mães de Ramacandra, Laksmana, Bharata e Satrughna imediatamente levantaram-se, como corpos inconscientes que recuperam a consciência. As mães puseram seus filhos em seus colos e banharam-nos com lágrimas, aliviando-se assim do sofrimento causado pela longa separação. O sacerdote e mestre espiritual familiar, Vasistha, providenciou para que o Senhor Ramacandra cortasse os cabelos e então se livrasse de suas mechas emaranhadas. Depois, com a cooperação dos membros mais velhos da família, ele realizou a cerimônia de banho (abhiseka) do Senhor Ramacandra, utilizado a água dos quatro mares e outras substâncias, do esmo modo que ela fora realizada para o rei Indra. O Senhor Ramacandra, tendo se banhado e estando com sua cabeça raspada, vestiu-se com muito espero e estava decorado com uma guirlanda e jóias. Assim, ele brilhava refulgentemente, cercado por seus irmãos e esposa, que usavam roupas e adornos de padrão semelhante.
O reinado auspicioso do Senhor Ramacandra:
Estando satisfeito com a plena rendição e submissão do Senhor Bharata, o Senhor Ramacandra aceitou então o trono do estado. Ele cuidava dos cidadãos exatamente como um pai, e os cidadãos, estando completamente dedicados a seus deveres ocupacionais determinados pelo seu varna e asrama, aceitaram-no como seu pai. O Senhor Ramacandra tornou-se rei durante Treta-yuga, porém, devido ao seu bom governo, era como se as pessoas estivessem na Satya-yuga. Todos eram piedosos e completamente felizes. Durante o reinado do Senhor Ramacandra, as florestas, os rios, as montanhas e colinas, os estados, as sete ilhas e os sete mares estavam todos propícios a suprir com as necessidades da vida de todos os seres vivos. Quando o Senhor Ramacandra era o rei deste mundo, todos os sofrimentos mentais e físicos, doenças, velhice, pesar, lamentação, angústia, medo e fadiga eram completamente ausentes. Nem sequer havia morte para aqueles que não a queriam. O Senhor Ramacandra fez o voto de aceitar apenas uma esposa e não ter vínculos com nenhuma outra mulher. Ele era um rei santo, e tudo em seu caráter era bom, não era estigmatizado por defeitos, tais como a ira. Ele ensinou bom comportamento a todos, especialmente aos pais de família, tomando como base o varnarsrama-dharma. Mãe Sita era muito submissa, fiel, tímida e casta, compreendendo sempre a atitude de seu esposo. Assim, com seu caráter, amor e serviço, ela atraiu por completo a mente do Senhor.
Uma calúcia provoca o exílio de Mãe Sita:
Certa vez, enquanto o Senhor Ramacandra caminhava incógnito à noite, disfarçando-se para poder aproximar-se das pessoas e descobrir que opinião elas tinha a respeito dele, ele ouviu um homem falando desfavoravelmente de sua esposa, Sitadevi. Falando-se em esposa casta, o homem disse: “Vais à casa de outro homem, e portanto és incasta e contaminada. Deixarei de dar-te assistência. Um homem dominado pela mulher como o Senhor Rama pode aceitar uma esposa como Sita, que foi à casa de outro homem, porém, diferente dele, eu não sou dominado por nenhuma mulher, e portanto eu não a aceitaria de novo.” Temendo semelhantes patifes, o Senhor Ramacandra dispensou sua esposa, Sitadevi, embora ela estivesse grávida. Esta, diante de todos, sentindo-se ofendida e ultrajada em Sua honra, resolveu entrar nas chamas do fogo de sacrifício disposta a abandonar Sua vida, pois não suportaria ver Seu amado Rama ser criticado, diante de Seu próprio infortúnio. Ao entrar no fogo do sacrifício que estava prestes a iniciar, todos ficaram chocados com a determinação de Sita, estavam em desespero, o horror estampado em suas faces. Então de súbito, o próprio semi-deus do fogo, Agnideva, saiu das chamas, carregando em seus braços, intocada pelo fogo, a bela e casta Srimati Sitadevi, a Rainha de Mithila e origem de todas as virtudes. Todos ficaram maravilhados de que Sitadevi não tivesse sofrido nada, mesmo estando no meio das chamas de onde o próprio Agnideva, estava emergindo. Certamente que este era um sinal auspicioso, que demonstrava a pureza de Sita. Agnideva pessoalmente testemunhou sobre o caráter impoluto de Sita, Sua indubitável castidade e fidelidade a Seu amado Rama, assegurando a todos que Ela, jamais fora realmente tocada por Rávana.
Sita entra na Terra e Rama ascende aos céus:
Assim, Sitadevi foi banida para o asrama de Valmiki Muni, na floresta. Quando chegou o momento, mãe Sita deu à luz filhos gêmeos Luv e Kush, que depois tornaram-se célebres como Lava e Kusa. As cerimônias natalícias foram realizadas por Valmiki Muni. Sendo desamparada pelo esposo, Sitadevi deixou seus filhos aos cuidados de Valmiki Muni e, meditando nos pés de lótus do Senhor Ramacandra, ela foi para dentro da terra. Após ouvir a notícia que mãe Sita havia entrado na terra, o Senhor Ramacandra ficou muito aflito, observou completo celibato e por treze mil anos realizou ininterruptamente um Agnihotra-yajna (um tipo de sacrifício). Após concluir os dez sacrifícios, o Senhor Ramacandra desapareceu enquanto tomava banho no rio Sarayu, entrando em sua própria morada, o planeta Vaikuntha, situado além do brahmajyoti.

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